segunda-feira, 21 de março de 2016

Aquele olhar...

Há muito não se via um olhar como aquele, tão profundo, capaz de penetrar no mais íntimo de seu ser. Toda vez que se olhavam o tempo parava em breves segundos, o silêncio se fazia presente e acontecia aquele rebuliço em seus pensamentos. Se perdiam dentro daquele mar de sentimentos que eram transmitidos de um para o outro. Havia ali uma conexão de almas e, mesmo diante daquele silêncio todo, aqueles olhares queriam dizer muitas coisas. Não sabiam o que exatamente acontecia entre eles, mas eles sabiam que podiam ficar à vontade, sabiam que podiam deixar suas almas despidas para que esse mistério todo fosse desvendado.
Sabe aquela famosa frase: “Os olhos são as janelas da alma?”
Então, foi assim, abrindo as janelas de suas almas que um entrou no mundo do outro e perceberam que eram bem parecidos, carregavam em seus olhares milhares de histórias, lembranças boas e ruins, experiências positivas e negativas... Traziam consigo uma vida cheia de marcas e cicatrizes, e uma força fora do comum que os faziam continuar a trajetória em busca de algo maior. Dentro daquela imensidão de emoções, seus corações, em segredo, se declaravam um ao outro e surgia o amor mais puro e sublime que aqueles olhares já puderam sentir. Havia ternura, compaixão, desejo, atração, paz, proteção... era uma mistura de sentimentos bons, daqueles que acalmam a alma e que trazem leveza para o coração. Palavras nunca foram necessárias para que houvesse uma comunicação entre eles. Era através do olho no olho que eles se conheciam e entendiam o que cada um precisava naquele exato momento. Uma espécie de transmissão de pensamentos e sentimentos que só eles tinham. Por isso eles sabiam, desde o primeiro contato, que suas vidas estariam ligadas para sempre, pois uma conexão como essa não se encontra em cada esquina nem se perde com o tempo. São laços eternos de almas e corações afins.


Juliana Viana